quinta-feira, 30 de abril de 2009

Satélite

"Será como se eu nunca tivesse existido."
Ele não chegou a dizê-lo, e nem precisou.
Simplesmente se foi, sem mais explicações, sem mais despedidas.
Só que se foi no tempo errado, e eu não sei mais o que fazer. Me faltam motivações, esperanças, alguém. Qualquer um.
E eu sinto que sou um satélite sem planeta algum, simplesmente condenado a vagar eternamente pela gravidade sem órbita; um satélite inabitável, apenas existindo.

Você foi muito doce por tentar.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

My hands ♪

Você tem a sensação de estar perdendo todas as pessoas que um dia você amou.
Você sente que não há mais ninguém por você, e perde o chão.
Você sente que nem tudo é como você deseja, e que talvez a vida seja só para algumas pessoas.
Você imagina, você se isola, você se esconde.
E o que é pior: atrás de algo que você não é.
Quando você perde a noção assim, de repente, e acaba olhando para os lados e se vendo sozinho, só há uma coisa a fazer: começar de novo. E de novo. E de novo. O final vai ser um só, imutável, imprevisível. Mas quem um dia irá dizer que não podemos criar novos começos?

"E não adianta nem me procurar em outros timbres, outros risos.
Eu estava aqui o tempo todo, só você não viu."

sábado, 25 de abril de 2009

Nós não estamos.

Senhores passageiros, aqui quem fala é sua comandante.
Estamos passando por uma pequena turbulência agora devido a alguns olhares e algumas palavras.
Recomendo que apertem seus cintos, segurem firme em suas poltronas - com as duas mãos - e rezem.
A aeromoça estará passando com o salgadinho e as opções de almoço em alguns segundos.
Obrigada, e uma boa viagem.

"Mas esse sempre foi o meu jeito. Tomar decisões era a parte dolorosa para mim, a parte que me angustiava. Mas depois que a decisão era tomada, eu simplesmente a seguia - em geral com alívio por ter decidido o que fazer. Às vezes o alívio era tingido de desespero (...) Mas era melhor do que lutar com as alternativas."

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Inacabado II

Foi a primeira noite que eu sonhei com a faculdade.
A maravilha de estar em outra cidade, com aquele que eu amava, com amigos velhos e novos. Sensação inexplicável de saber o que está fazendo, e estar exatamente onde deveria estar. Sentimento únicamente composto de uma palavra: mudança.
Mas eu acordei, e o sonho não foi suficiente.
As coisas ainda estavam como eu tinha deixado. Confusas, inacabadas.
Quando foi que isso aconteceu?
Virei algumas páginas a mais, me precipitei.

"Dedication takes the life time, but dreams only last for a night."

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Inacabado I

Você sempre acha seu caminho de volta;
Não importa onde você esteja.
Você sempre sabe onde começar;
Não importa onde você esteja.
Você sempre acha alguém pra te apoiar sempre;
Não importa onde você esteja.
E então você vê que a vida é perfeita do jeito que é, não pode ser mudada. E então a sua alegria tá toda num violão, que você toca mesmo com os pulsos doendo e quando seus dedos estão doendo e congelando com o frio que tá fazendo.
E então... Inacabado.

"Assim como a canção só tem razão se se cantar
(...)
Assim como o poeta só é grande se sofrer"

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Mentira.

Quando você olha o céu pela janela e vê o dia bonito e ensolarado, é uma mentira. Você sai, e está frio, o vento ainda está lá. Quando você está deitado em sua cama, e imagina o céu chapiscado de estrelas com uma lua linda, grande e brilhante junto a elas, é uma mentira. Elas não estão lá de verdade, está nublado.
E a pior parte é sentir o vento, o sol, o calor, o frio, mas olhar as estrelas e elas não estarem lá. Eu não consigo dizer em palavras, e nem poderia, elas me faltam. Esse é um daqueles dias que você não sabe o que escrever.
É difícil demais ver que tudo a sua volta cai em mentiras como se nada tivesse acontecido. São nas situações mais corriqueiras como mentir sobre o tempo, sobre um texto, sobre uma música, que a mentira é percebida. Uma dessas pequenas mentiras pode esconder algo maior, um adultério. Como também podem não esconder absolutamente nada, podem ser apenas mentiras pequenas, que mal há nisso? Todo. Por que é uma mentira.
Quando isso começou a ficar surrealista? Quando todo mundo começou a mentir mais e a confiar menos nos outros por conseqüência? Quando as coisas ficaram fora de controle?
Eu não sei.
Tudo começou com uma mentira.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Long Shot

Odeio admitir que possam ser só palavras.
Mas podem.
Acho que não sei o que me faz mais mal. Estar com ele, ou sua ausência. Estar com ele e saber que o sentimento pode não ser pra você. Ou tolerar sua ausência imaginando o que ele faz naquele momento. É doentio, eu sei. Chega a ser repugnante. E eu não tenho mais ninguém com quem falar sobre isso.
Só você, querido diário. Ops, não sou mais uma garotinha, não mesmo. Querido diário? Hoje não.
O silêncio? O silêncio é uma forma de dizer que eu não sei mais o que fazer.

"Se o silêncio em minha mente durasse, eu nunca mais voltaria. Não seria o primeiro a escolher essa forma em detrimento da outra. Talvez, se eu corresse para bem longe, nunca mais teria de ouvir..."

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Hey, Lua!

Minha felicidade quase acabou.
Tá pequena.
Cada vez mais e mais a coisa vem ficando ridícula. E não é só a falsidade das pessoas que tá ficando ridícula, eu estou ficando ridícula por dentro. Será que o meu destino vai ser viver como aqueles escritores de antigamente? Doidos, reclusos, e tuberculosos. Parece um bom fim pra mim, bem digno.
Contanto que eu não me apaixone mais, soa perfeitamente. Soa como deveria.
Isso me leva a pensar sobre os autistas. Imaginem só, sem terem nas costas o fardo da convivência e principalmente da conveniência, vivendo consigo mesmos um dia de cada vez, tenho apenas seus pensamentos e visões; visões periféricas, visto que ele não se importa muito em ver outras coisas.
Não, eu não sinto pena deles.
Eu os invejo.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Tic Tac Tic Tac...

Tirando as teias do blog na esperança de tirar minhas próprias teias.
Os ponteiros do relógio se movem em meu pulso, e a sensação de carregar o tempo nas mãos talvez não me pareça mais suficiente, não me pareça mais certo como era antes.
Quando a gente percebe o que acontece em nossa vida, a nossa volta, o tempo se torna irrelevante. Ele passa mais devagar e inconstante. Cada maldita hora significa mais uma hora de tormento, de conflitos interiores e exteriores. Quando o mundo interior sóbrio se conflita com uma situação vivida do lado de fora, o resultado só pode ser catastrófico, é uma combinação que não funciona.
Você pisca uma vez e está rodeado de pessoas que te amam e então você pisca de novo e está num tabuleiro de xadrez, tão imóvel e sem reação que simplesmente espera o xeque-mate e o que tiver que ser será. Será mesmo?
Isso não me parece certo, mas é assim que a gente age.
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

"Mas isso não me fez mais forte. Ao contrário, eu me sentia horrivelmente frágil, como se uma única palavra pudesse me despedaçar."