sábado, 27 de fevereiro de 2010

Álbum de Fotografias

Caiu no esquecimento.
E agora, quando eu lembrar de você vai ser com aquela felicidade de um bom tempo vivido. Das horas que você pegou no meu rosto e disse coisas idiotas, das horas que conversamos no frio encostados na parede, me fazendo pensar que eu não queria estar com ninguém e nem com outra pessoa naquele momento. E que éramos só eu e você. E agora, quando eu lembrar de você vai ser com aquela vontade de abraçar e chamar de amigo. E agora, quando eu lembrar de você vai ser com saudade daquele sorriso.
E se você pensa que eu vou jogar aquela borracha fora, que eu vou deletar nossas fotos ou apagar aquilo que você escreveu no meu livro do Eclipse, está muito enganado. As coisas vão continuar lá do jeito que estavam, intocadas. Assim como a sua parte no meu coração, que ainda é sua.
O Céu ainda está sem estrelas, ainda está sem lua, e ainda está frio. Mas eu não ligo. Está mais frio aqui dentro.
Você caiu no meu álbum de fotografias.
I can honestly say you've been on my mind since I woke up today, up today. I look at your photograph all the time... - Goodbye; Miley Cyrus.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Ser

vi 9. ter existência real, existir; sm 10. aquilo que é ou existe; 11. todo ente vivo e animado; 12. existência, realidade; 13. a natureza íntima de uma pessoa. - Dicionário Soares Amora.

É existir.
É viver.
É sentir o vento no cabelo, as borboletas, as flores, o céu, o Sol. É sentir as cordas do violão produzindo o mais lindo som. É encostar na face de quem você mais gosta, é um abraço de amigo, um aperto de mão com o inimigo, é o deitar e dormir.
É o mais íntimo dos íntimos, é o que te escolhe, te conhece, te ampara e te consola. É o que vibra, o que ri, o que reclama e o que chora. É o que machuca e o que mata, mas também é o que beija e conserta.
É o andar, o ouvir, o cantar. É o apagar das luzes da cidade. É o barulho dos bares.
É a noite, o dia. É o Sol dando lugar para o brilho da Lua. É o calor, é a sombra, é a chuva, é o nevoeiro. É dos campos a grama, do deserto a areia e das cidades, letreiro.
É do mar o azul, do céu o mar e do meu ser, você.
Just take me away from all that I am. - All That I Am; Parachute.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Pares

E então chega a hora do crepúsculo.
A hora do dia em que o Sol se põe devagar, e mais devagar ainda, dá espaço pra Lua ter sua vez de brilhar. A hora do dia em que o céu fica escuro e salpicado de estrelas, de vários brilhos e tamanhos.
Por muitas vezes me pego contando as estrelas que há no céu, juntando suas constelações e formando novas, as minhas constelações.
Um tanto mágico é saber juntas as estrelas em pares, grupos, e dar um nome.

Mas é, até as estrelas têm seus pares...

Oz

O vento na minha cara me dá a certeza de que estou viva, e o asfalto passando rápido me deixa tonta. Os pensamentos tomam conta da minha cabeça e não é difícil perceber onde isso vai dar, não é difícil saber em quem eu vou pensar, e quanto tempo a noite vou ter que me afugentar de tudo pra conseguir dormir.
Mais cinco minutinhos só. Mais cinco minutos de idealizações, sonhos e frases formadas por uma cabeça confusa, frases que nunca vão ser ditas.
Difícil é saber quanto tempo ainda falta. Difícil é saber quanto tempo ainda me resta.

O asfalto passa rápido e me deixa tonta. Rápido vai e leva com ele meus pedaços. Mas o que sou eu? Mágico de Oz? Pode levar meu coração.
Tô aproveitando cada segundo antes que isso aqui vire uma tragédia. - Pitty; Na Sua Estante.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Imutável

A minha mente sempre funcionou na direção certa. Sempre fiz as coisas certas quando e como deveria fazer, e tinha sempre a mente ocupada com alguma coisa científica, ou algo que eu tinha que decorar para um teste.
E então você apareceu.
Como uma chuva de estrelas cadentes, que na escuridão do meu céu, se tornou a única coisa que eu conseguia ver. E por mais que eu desviasse meus olhos, por mais que eu os fechasse, eram os seus que eu via.
E aí você foi tirado de mim. Por uma série de circunstâncias infelizes, não estamos mais sob o olhar um do outro, mas estamos sobre o mesmo céu. E ainda que eu não possa vê-lo, seus olhos ainda são o que eu vejo, como as primeiras estrelas cadentes que apareceram.
Aquelas paredes verdes que abrigaram tantas brincadeiras - e nem tudo brincadeira - estão de outra cor agora. O portão principal agora está desbotado. E os corredores onde eu devaneio já não são mais os mesmos. Cortei meu cabelo, e nem aquelas aulas são no mesmo lugar. Mudou muita coisa. Mas algo que nunca vai mudar é como seu nome está gravado a ferro no meu coração e na minha mente.
Pode mudar o mundo a minha volta, o verde pode se tornar azul e então rosa, não importa. Meu novo eu irreconhecível ainda vê tudo distorcido, e procura seus olhos em cada pessoa que passa, cada esquina que eu dobro, cada figura nos cadernos, cada personagem nos livros.

E o pior de tudo não é o fato disso não mudar nunca.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Dezessete

O dezessete é tradicionalmente considerado um número aziago, pois um anagrama de seu número romano XVII é VIXI, que em latim significa "eu vivi", ou seja "estou morto". - Wikipedia

Esse sendo um dia especial como tantos outros, eu não poderia deixar de dizer o que eu tenho que dizer, o que eu sinto sobre. Mesmo que não seja relevante, e que não seja nada.
Ao completar mais um ano nessa vida que, querendo ou não, eu escolhi, muitas vezes olho para trás e me vejo repetindo muitos erros do passado, me vejo confiando nas pessoas que eu não deveria, e sentindo falta de pessoas demais, quando sinto que elas não foram embora, eu que as perdi. Mas, em contrapartida, vejo também a quantidade de amigos verdadeiros que me restaram, e que eu prezo mais que tudo nessa vida.

É numa festa improvisada, num corredor, com uma vela/isqueiro, um bolo de chocolate delicioso e o gostoso cheiro de livro novo com dedicatória que a gente vê que fazer 17 é mais que especial. E que quando se está com os amigos, é 17 vezes melhor.