quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Ano

É hora do velho rever seus conceitos, é hora de olhar para trás. Os dois meses que faltam para terminar mais um ano passam como se fossem dois segundos, e é claro que não dá pra controlar.
Mas, e se toda a verdade desse ano tiver sido uma mentira? E se todos os meus votos para que esse fosse um bom ano não fossem nada além de palavras? Porque, para mim, está bem claro que alguma coisa deu errado.
Difícil é olhar e ver quantos amigos perdeu, quantas chances passaram, quantas dores sofreu.
Difícil é rever seu ano e não achar nada realmente produtivo, não achar nada que não sangrasse, uma dor que fosse tangível, palpável, quem me dera.
Difícil é saber que o ano não acabou, não querer que isso aconteça, mas gritar desesperadamente por um final.

Adeus ano velho, feliz ano novo, que tudo se realize no ano que vai nascer...

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Não o culpo.

Por querer ser alguém, por querer mudar e querer mudanças; não o culpo.
Por querer se encontrar, por querer viver; não o culpo
Por querer algo diferente, por estar em lugar diferente, por ver pessoas diferentes; não o culpo.
Por seu novo rumo, por sua nova perspectiva; não o culpo.
Por querer ser feliz, e por realmente ser; não o culpo.
Mas por conseguir esquecer, eu o admiro.

Romeu

Ela chegou ao saguão do teatro. Estava chovendo, e ela estava sozinha, mas não se importava, ainda não era algo relevante; e nunca foi, sempre muito a vontade com a solidão, obrigada.
Olhou a sua volta, procurando por algum rosto conhecido, mas não havia. Não é que não houvess pessoas, porque havia. Ela só não conseguia enxergar seus rostos, nem o que ela achou que fosse capaz de reconhecer. O máximo que podia fazer era ler, e com isso, as horas passaram depressa.
E então, vieram os olhos. Castanhos, com seus segredos bem escondidos, que não sustentavam o olhar dela por mais do que alguns segundos. Decepção.
Mas apesar disso, apesar de tudo, lá estava Romeu, ao final da aula, esperando-a. Pulsar.
E eles caminharam juntos pelo crepúsculo cinza daquela tarde, apenas para não falar nada, apenas pelo benefício da dúvida. Frio.

Eles brigam. Páris cai.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Sou

Sou uma gota d'água, sou um grão de areia.
Sou historiadora de minha vida, exploradora de minhas verdades, professora das minhas próprias faculdades, escritora de minha história.
Sou livre, sou caeirista, sou pagã materialista.
Sou o calor, sou o vento, sou o sentimento ao relento.
Sou a releitura do quatro que nunca foi pintado, o amor que nunca foi recitado, o beijo que nunca foi roubado.
Sou meus novos horizontes, sou meus novos olhos.

Sou a nova fase da minha vida. Sou eu, e sou minha nova perspectiva.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O Tempo

Sei que as coisas vão se arrumar com o tempo.
E que, invariavelmente, e talvez até pra variar um pouco, meu coração vai tomar o rumo certo. E o que tiver que ser será. Mas será que isso impede o medo e a insegurança de continuar? Não, não impede. Atenua? Não, não atenua. E muito menos aniquila por completo.
Não quero machucá-lo, e acima de tudo, não quero me machucar, pois sei muito bem que já o fiz milhões de vezes.
Incrível como o tempo parece passar mais rápido, e me obrigar a tomar alguma decisão. Dizer que eu o amo antes que eu não possa mais fazê-lo. Dizer que me importo antes que eu não possa mais fazê-lo. Dizer que não quero antes que saiba pela boca de outros; ou pior, que nunca saiba.

"A gente se deu tão bem que o tempo sentiu inveja.
Ele ficou zangado e decidiu que era melhor ser mais veloz e passar rápido pra mim."
O Tempo - Móveis Coloniais de Acajú

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Despertar

Ok, espere um minuto.
Tem alguma coisa aqui descongelando. Ignore os pingos molhados no chão, e as acumulações de água, são só o resultado de um ano congelada no tempo, presa num passado que eu fazia questão de esquecer.
Saia daqui, e abra espaço para o meu mais novo sol particular.

"O tempo passa. Mesmo quando isso parece impossível. Mesmo quando cada batida do ponteiro dos segundos dói como o sangue pulsando sob um hematoma. Passa de modo inconstante, com guinadas estranhas e calmarias arrastadas, mas passa. Até para mim."
Já perdi a conta de quantas vezes usei esse trecho, mas ele nunca pareceu tão verdadeiro.

Destino

Um daqueles dias que o destino te arremeça, e não simplesmente te dá um empurrãozinho.
E quando eu me vi junto a ti, naquele santuário musical, eu não pensei duas vezes em mergulhar de cabeça, e perguntei ao meu coração. Mas ele não precisava ter certeza. E nem eu.
Era pedir muito que o tempo parasse naquele momento, seria egoísmo.
E, agora que não tem mais volta, eu não me arrependo. Na verdade, viveria o que fosse preciso de novo só pra chegar até você.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A Única Exceção

Eu sei, eu sei que disse que nunca mais iria me apaixonar de novo.
Mas aconteceu, me processe!
Finalmente alguém fora do ciclo. Alguém que me conhece como eu sou agora, e que, milagrosamente, parece gostar disso. Alguém que eu sei que não vai me machucar quando for embora de repente. Alguém com quem eu posso construir uma história, seja de amor, seja de amizade; ou um amor amigo. Uma história que eu sei que terá começo, meio e fim.
Alguém que eu vou poder olhar nos olhos.

"And that was the day when I promised I'd never sing of love if it does not exist.
But darling, you are the only exception."
Paramore - The Only Exception

Conto de Fadas

Sufocante. É exatamente como isso parece.
Mas como me livrar disso se o que eu mais quero é ficar na minha, sentir que estou bem com tudo isso? Sei que um dia, se não der certo, eu vou olhar pra trás e rir disso tudo, como faço com angústias anteriores, mas talvez não agora. Talvez esteja pronto para um adeus, mas eu não.
Talvez eu devesse escrever uma carta. Algo para lembrá-lo que eu o amo quando eu já não mais puder dizê-lo.
Alguém pode me culpar por querer viver em um conto de fadas separado do resto do mundo?
Alguém pode me culpar pelo meu mundinho idealizado, no qual eu já tenho meu destino traçado por mim? Me culpar por querer ser diferente, por não querer esquecer?
Estou em meu estado limite. Tá na hora de fechar o livro, e escondê-lo embaixo da cama.

"She lives in a fairy tale, somewhere too far for us to find.
orgotten the taste and smell of the world that she left behind."
Paramore - Brick by Boring Brick