sexta-feira, 31 de julho de 2009

Páris

A neblina lá fora só não é mais irônica porque a minha mente ainda não está nublada. Não completamente.
É simplesmente inaceitável o tempo que algumas pessoas têm que esperar para ter seus desejos realizados, suas felicidades encontradas e seus amores correspondidos.
A menos que você encontre alguém que te faça bem. Alguém que faça você se sentir bem, inteira, o que é uma grande diferença. Alguém que, mesmo não demonstrando, ou demonstrando tarde demais, você sabe que se preocupa com você, que acredita em você.
Os anos podem passar, você pode ter quantas primeiras-impressões você quiser, mas o que fica mesmo são as ações, não as impressões. Você nunca mais esquece.

"E se Páris tivesse sido amigo de Julieta? Seu melhor amigo? E se ele fosse o único a quem ela pudesse fazer confidências sobre toda a história arrasadora com Romeu? A única pessoa que a entendia de verdade e a fazia se sentir quase humana de novo?"


"Que há num simples nome? O que chamamos rosa, com outro nome não teria igual perfume?"

- Ato II - Cena II: Julieta

domingo, 26 de julho de 2009

Era por isso que eu estava ali.

Porque eu me lembrava de todas as noites em que foi com ele que eu desabafei.
Porque eu me lembrava de todas as palavras confortantes que ele já me disse, e que me fizeram não desistir.
Embora tão perto e tão longe, ele ainda é o meu melhor amigo, e a vida pode ser muito injusta quando ela quer. Isso não quer dizer que devamos desistir, nunca.
E se tem uma coisa que eu aprendi foi que erguer a cabeça e continuar é a melhor das coisas que podemos fazer.
Eu ainda vou estar aqui quando precisar de mim.

"Era por isso que eu estava ali. Era por isso que eu ia enfrentar qualquer recepção que me esperasse na volta. Porque, por baixo de toda raiva e sarcasmo, Jacob sofria. Naquele momento, isso estava muito claro em seus olhos. Eu não sabia como ajudá-lo, mas sabia que precisa tentar. Não apenas porque eu devia isso a ele. Era porque sua dor doía em mim também. Jacob se tornara parte de mim e agora não havia como mudar isso."

domingo, 19 de julho de 2009

Good and Broken.

Boa e quebrada.
Por muito tempo eu mesma me questionei, pensando e deliberando se eu tinha escolhido o título certo para uma coisa que me representaria - e continuará representando - durante muito tempo. Anos, talvez.
Mas depois dessa noite, tudo ficou muito claro, pois eu descobri que é exatamente isso que eu sou. E, não muito contrária à música que deu início à essa inspiração para o nome, é mais claro ainda. "We are broken chains. Good and broken." e é exatamente assim.
Não sabe o alívio que me dá saber que escolhi o nome certo!

Agora vamos às definições. Boa. Boa porquê? Porque eu sou boa amiga, e boa em relações (correntes - 'chains' na música); boa porque eu estou sempre pronta a dar os conselhos que as pessoas precisam - dizê-las que está tudo bem, ou que ficará; dizê-las o certo e o errado; é, sou boa nisso. Quebrada. Olha! Essa é fácil! Quebrada porque, dizendo o que as pessoas precisam fazer, eu esqueço que pra mim, isso não dá certo. Não sou melhor que ninguém, e nem menor que eu. Não posso assumir toda a culpa, nem toda a glória. Quebrada. No meio termo. Se equilibrando na corda bamba.

Pra sempre. Ou mais.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Preço

Durante alguns dias eu meio que esqueci que isso existia, dá pra acreditar?
É, eu sei que não dá, mas às vezes nós temos que começar a nos preocupar com algo maior. Algo que nos preocupa mais.
Ontem a noite eu me peguei pensando em tudo que eu já "tive". Falo das pessoas, e da minha relação com elas. Vejo que, a partir de um ponto, foi como uma troca. Troquei alguém que me fazia bem, por alguém que de algum modo fazia eu me sentir melhor.
Se for pensar bem, não é um preço justo. E não faz nenhum sentido. Se você já estava bem com alguém, pra quê mecher em time que tá ganhando?
A vida é mesmo uma coisa engraçada. Queremos sempre viver melhor do que estamos, por melhor que estejamos. E pagamos preços altos por isso.
Só resta então viver a vida a partir daí, sendo o preço justo ou não, se sentindo melhor ou não.
"Você compara uma árvore pequena com toda uma floresta." - Edward Cullen.

domingo, 12 de julho de 2009

Fácil como respirar.

"Eu também sorri e algo se encaixou em silêncio, como duas peças correspondentes de um quebra-cabeça. Tinha me esquecido do quanto gostava de Jacob Black."

Por um momento eu me esqueci de muita coisa.
Mas já passou (:

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Espelho

"Eu não me conhecia, por dentro ou por fora. O rosto no espelho era praticamente estranho a mim - olhos brilhantes demais, pontos febris de vermelho nas maçãs do rosto." E apesar disso, apesar de tudo isso, a manhã era a melhor em dias.
O sol não brilhava com toda a sua força, mas o seu esforço para aparecer era tangível, admirável. E notei que meu único esforço foi ficar um tempinho a mais na cama, sem precisar sentir a obrigação de ser uma boa filha e ótima companhia - duas coisas nas quais, eu estava falhando.
Ela nunca me pareceu tão igual a mim, e Ele nunca foi tão digno de respeito com antes, como das outras vezes. Parece que cada vez que meus olhos correm pelas páginas do livro, há muito mais a ser absorvido. É frustrante correr os olhos pelas páginas de meu próprio livro, e se decepcionar ao chegar no fim, onde percebo que tudo que vi foram 16 anos de páginas em branco.

Starring at the blank page before you. Open up the dirty window. Let the sun iluminate the words that you could not find. - Natasha Bedingfield, Unwritten.

terça-feira, 7 de julho de 2009

"Eu estava pensando...

...em como o tempo parecia fluir de forma desconexa, às vezes passando indiscretamente, com cada imagem se destacando de forma mais clara do que as outras. E depois, em outras ocasiões, cada segundo era significativo, grudado na minha mente. Eu sabia exatamente o que provocava a diferença e isso me perturbava."

Eu não tava muito a vontade pra escrever, mas de alguma forma eu tinha que.
Então, como eu sempre faço, abri meu livro favorito numa página marcada qualquer e começei. Não é tão digno como os outros seriam, mas eu tinha que começar com alguma coisa e isso serviu.

Eu notei essa noite que o mundo está dando voltas; enquanto eu estou aqui, apenas hesitando. E embora cada volta represente um segundo - talvez menos que isso -, o tempo não me parece mais significante. Nós usamos relógios de bolso, de pulso, na esperança de poder de alguma forma controlar o tempo, mas isso não é mais suficiente. Porque o tempo está correndo, e você começa a presenciar coisas que não queria - que não deveria.

Claro que o assunto do mundo, hoje, é o velório do Michael Jackson, eterno Peter Pan. Chorei. Chorei mesmo. E chorarei de novo quando rever os vídeos, daqui a alguns anos. Ou talvez ano que vem, na celebração de um ano da morte do Rei. Saí na rua e começei a me perguntar "O que estas pessoas estão fazendo aqui fora? O homem maravilhoso está morto e as pessoas estão aqui fora, isso não tá certo!" mas então eu me toquei que nem todos se importavam como eu. Não mais.

E não é só com o MJ que é assim - antes fosse. As pessoas não se importam mais umas com as outras, não como costumavam. Estamos todos na defensiva. Eu digo "estamos" porque ninguém escapa. Nem mesmo eu, nem mesmo você, nem mesmo Michael Jackson, que viveu sua vida inteira na defensiva. Isso deveria ser vergonhoso. E é. Mas, "they don't care about us".

É lamentável que pessoas tenham que morrer todos os dias para que o mundo pare pelo menos por algumas horas - com sorte, algumas semanas ou meses - e perceba que ninguém tá sozinho, o mundo não é de uma pessoa só.

Acho que esse foi meu maior post do ano, acho que ninguém vai ler. Mas, eu acho que fico feliz de ter ao menos botado pra fora (: