segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Something


Algumas coisas nunca mudam, e algumas coisas tentam.
Ela sempre foi uma daquelas coisas que tentava.
As luzes da festa ainda a cegavam, e ela não conseguia lembrar de muita coisa a não ser as pesadas horas que passara conversando com ele, rindo, sobre tudo e sobre todos. As músicas lhe fugiam da cabeça.
Agora, sentada na frente do computador, ela sentia.
Ela podia sentí-lo sentado ao seu lado, podia sentir seus dedos finos passando por suas costas e o fazendo sentir arrepios de tempos em tempos. Ela podia sentir o poder que ele exercia sobre ela, e tinha certeza de que ele também podia, e quase tinha controle sobre isso.

No dia seguinte, o claro, o escuro, o inseguro. E o sorriso.
"You're asking me will my love grow? I don't know." - Something, The Beatles.

Across the Universe


Começaria como uma segunda-feira qualquer, não fosse pelo fato de que ela estava indo de volta pra casa.
Até porque, num dia como qualquer outro, ela não iria dormir às 2 da manhã vendo filme e acordaria às 5 para viajar. E, num dia como qualquer outro, ela não faria isso com um sorriso no rosto como o daquela hora. Estampado, brilhante, inquebrável.
As pessoas costumam dizer que o que importa não é onde se quer chegar, mas sim o que acontece para chegar até ali, e até que ela acreditava nisso. Mas naquele dia nada mais importava, só o pensamento de estar em casa novamente.
As longas horas passaram e ela não se incomodou, e ao pisar no solo da Cidade Sorriso, ela sorria, e a cidade toda sorria com ela.

Ela olhou para trás e viu um dia inteiro de viagem incansável, mas isso não importava.
Afinal, ela estava em casa.
"Nothing's gonna change my world." - Across the Universe, The Beatles.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Trilha Sonora


Hoje eu me peguei ouvindo a mesma trilha sonora do final do ano passado, com a mesma intensidade e com o mesmo sorriso no rosto.
Mais uma música começou, e eu me pego cantarolando a gargalhando com minha própria capacidade de não esquecer de algumas músicas tão cedo. Não vou me impressionar se eu ainda lembrar como tocá-la no violão.

A trilha sonora não muda, mas a esperança de um ano melhor é, com certeza, maior.

Hoje


Esse mês faz um ano e um quase.
E de tantas músicas novas que saíram com "dezembro" por esses dias, eu não consigo pensar em nenhuma que tenha a nossa cara, que tenha a nossa sintonia, a nossa harmonia. O dia tem me lembrado você de mil jeitos, cada um mais engraçado que o outro, exatamente como você.
É como se eu até pudesse sentí-lo.

E escrever, depois de tanto tempo, sobre a mesma pessoa, me faz perceber que você não virou uma inspiração, mas sim um amigo sobre o qual eu gosto de escrever. Uma pessoa que vale a pena descrever.

Se você faz falta, hoje, é como amigo. Se você faz falta, hoje, é como aquele sorriso do qual eu sinto falta.

E que falta me faz um sorriso hoje...

domingo, 29 de agosto de 2010

Eu Prometo

E a partir da semana que vem, eu prometo que vou ler mais livros. Eu prometo que vou me dedicar mais aos estudos. Eu prometo que vou sorrir mais e chorar menos. Eu prometo que vou falar menos e ouvir mais. Eu prometo que vou cantar mais, que vou dançar mais, e cuidar melhor do meu violão. Eu prometo pintar minha unha uma de cada cor, quando me der na telha. Eu prometo amar do fundo do meu coração. Eu prometo me agarrar apenas às boas lembranças. Eu prometo não sofrer mais. Eu prometo viver um dia de cada vez.

Eu prometo ler mais seu nome, me dedicar mais a você, sorrir e chorar menos por você, falar com você e ouvir você, cantar pra você, dançar pra você e te cantar as melhores músicas no violão. Prometo pintar seu nome nas paredes do meu coração.

Eu prometo te amar do fundo do meu coração, me agarrar as nossas boas lembranças, não sofrer mais e te amar, um dia de cada vez.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Fluxo de Pensamentos

Eu ando pela rua e em cada pedra de asfalto os pensamentos mudam drásticamente. E mesmo o asfalto não é o mesmo sempre, cada um com seus próprios passos marcados e com sua própria história.
Mas a quem culpar se não a mim mesma por isso?
Simplesmente me distraí por 2 segundos e já esqueci sobre o que estava pensando, e me pego pensando sobre isso. Se eu fosse vanguardista meus pensamentos dariam um belo e confuso quadro.

E quando eu me pego pensando em tudo que me leva a você? O que eu faço?
And if I stop for a minute, I'll think about things I really don't wanna know. Keane.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Dono do Mundo

Me diz como você faz isso, me conta o teu segredo.
Explica pra mim como consegue estar tão longe e estar tão em mim sem estar. Explica como consegue estar tão presente e tão ausente e completar o meu incompleto. Explica como as letras de música voam até você, como as besteiras voam até você, como as memórias voam até você e como minha própria existência tende a você. Explica como tudo nesse universo está ligado em cordas que você parece controlar sem nem ao menos perceber. Explica como tu és dono do mundo sem querer.

Me diz como você faz isso, me conta o teu segredo.

sábado, 10 de julho de 2010

E lentamente...

... eu voltei a ouvir aquela banda; eu não ia deixar que você me impedisse de ouvir minha banda favorita. Lentamente eu voltei a falar com os meus amigos de um jeito forte por fora e por dentro; não era alguém como você que ia me quebrar ao meio. Lentamente eu deixei de desabar toda vez que ouvia ou encontrava alguém com o seu nome; muitas pessoas maravilhosas tem o mesmo nome que você. Lentamente eu voltei a usar aquele esmalte que eu estava usando quando tudo aconteceu; simples, mas significante.
Lentamente eu me reapresentei a mim mesma. E lentamente, assim, lento, minha vida voltou ao normal.
One last bell to answer...

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Desafiando a gravidade

Eu pareço cada vez mais e mais uma lua sozinha no espaço, perdida de sua órbita, girando e girando sem uma direção, já que bem mais que o tempo que nós perdemos é o tempo que eu perco pensando em você.
Mas como desafiar a minha própria gravidade tentando manter a cabeça erguida e o corpo na órbita certa? Como achar o meu planeta, o meu Sol, o meu lugar no espaço? Como levantar a mente, enxugar os olhos e continuar orbitando como se nada tivesse acontecido? Eu ainda espero essa resposta.
Tão cansada de sempre sorrir, e nunca mostrar o que eu sentia por dentro; mil sorrisos não valem isso. Tão cansada de jogar de acordo com as regras de outra pessoa; não quero ganhar esse jogo se eu não puder jogar do meu jeito. Tão cansada de orbitar de um lado pro outro procurando o meu Sol, aquele que fará isso valer a pena, que tornará fácil respirar.
It's time to try defying gravity, I think I'll try defying gravity. Kiss me goodbye, I'm defying gravity.

Recaída

Mais uma e mais uma, cada vez mais eu tenho recaídas.
Aquela vontade incontrolável que pegar o violão e ir embora, aquela vontade de chorar loucamente, aquela vontade de apertar o botão de "excluir" todas as redes sociais.
Mas algo aqui dentro sempre me mantém olhando, olhando, procurando olhares que eu nunca mais vou achar. E eu sempre volto pro mesmo lugar, pro mesmo círculo, pra mesma recaída de sempre.
Pro mesmo buraco dolorido de sempre.

Tento olhar pro mundo que há lá fora, mas é o mundo aqui de dentro que sempre me trás de volta.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Dezoito.

Dezoito de Dezembro.
Dezoito semanas sem você.
18:18, estou pensando em você.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Negligência

E eu acho que de alguma forma eu te negligenciei.
Negligenciei teus gestos, teus sorrisos, teus beijos.
E descobri que dediquei muito mais a quem me moveu muito menos. E a você, nada. Descobri que, outrora, apenas um olhar de outro alguém me fazia vir aqui e escrever mil juras de amor.

Mas será que não é isso que me falta? Um olhar...

Ela e ele.

Ela entrou na grande sala, e o pequeno cubículo escuro e cheio de luzes espectrais estava apinhado de gente. Deu poucos passos e dançou timidamente, no seu lugar, e de lá não saiu.
Andou um pouco mais, curtiu a música e conversou com as amigas.
Parecia não notar muito o que acontecia, sua alma estava em outro lugar, distante.

Ele andou com os amigos, meio querendo e meio forçado. O coração e a vida aberta às novas possibilidades; meio aberto, meio fechado.
Os olhos saltavam a multidão, acompanhando o ritmo da música, e o movimento das luzes.
Parecia que não queria estar ali, parecia que estava a fim de ir pra casa, distante.

E então, os olhos encontraram os olhos.
E foi o que bastou.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Caixa de Seda

E a gente tenta.
Tenta afugentar as lembranças, mas elas ficam lá. Tenta esquecer fácil assim, mas não dá. "Você diz que essas coisas vão embora, mas elas nunca vão."
E elas ficam lá, não importa o quanto a gente tente.

Só que tem algumas coisas que a gente não só não quer, como não consegue esquecer de jeito nenhum.
E essas coisas, por piores e chocantes que tenham sido, significaram. E então, essas, as coisas estranhas e significativas, ficam enroladas num pano de seda, e guardada no canto mais escondido do coração, pra quando a gente abrir, rir daquilo. E ver como foi bom.

Mas a gente tenta.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Inverno

É inverno enquanto eu espero você voltar.
É frio enquanto eu espero o quente de suas palavras me abraçar de novo.
São gélidas as coisas e as pessoas quando estou presa em um mar de gente onde só falta você.
E é claro que eu me acho infinitesimalmente melhor do que isso. E é claro que eu acho que posso enfrentar tudo isso e todos sozinha. Mesmo que cada parte do meu ser agora esteja voltada pra você, orbitando a sua luz, uma lua aquecendo-se com o calor de seu Sol.
Oito horas e ainda é frio...

Tic, tac, tic, tac. Bola de neve.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Outono

As folhas caem com uma velocidade espantosa, e não há época mais linda.
Por onde andamos, o chão está num tom perfeito de laranja, e os passos fazem os barulhos sutis de duas pessoas caminhando lado a lado.
E o melhor de tudo, e a única coisa em que eu consigo pensar, é no meu desejo constante e sempre ainda mais constante de te ter comigo. De sentir aquele abraço que você me prometeu numa mesma noite de frio, frio que outrora me lembravam um outro alguém, que provavelmente já me colocou no esquecimento.
E junto com o calor de pensar em você, vem o desejo quase incontrolável e involuntário de respirar o ar que eu preciso.

O desejo de te pegar pela mão e andar sem parar, andar até um lugar que só nós conhecemos.
This could be the end of everything, so why don't we go somewhere only we know? Keane.

domingo, 11 de abril de 2010

Verão

E são sempre o calor de suas palavras.
Mesmo tocando a tela de uma máquina fria, e as vendo estáticas, ainda me parece a coisa mais quente que vem a mim em meses. Eu não saberia dizer se estive viva todo esse tempo antes que você aparecesse, ou se estive apenas existindo, esperando pelo calor que eu sinto agora.
Faz frio lá fora, numa época reversa da minha vida. Faz frio aqui dentro de casa, num dia gelado de um abril qualquer. Mas aqui dentro é quente. A sensação de dar tudo que eu tenho sem tirar pedaço nenhum.
E as suas palavras são minhas. Não importa o que você disser. Não importa o que você fizer. Não importa onde você esteja.
Tá nas entrelinhas. Nas entrelinhas desse raio de sol de verão que invadiu a minha janela entreaberta.
Não importa se ninguém souber o que aconteceu, o que importa é saber que o seu sorriso é meu.

Primavera

E é quando a janela sobe. Metaforicamente e quase que instantâneo, me vem a cena do balcão à cabeça.
Um pouco brega, eu sei, mas é como eu me sinto com você aqui. E é esse tipo de sentimento que eu sentia falta. A falta de sentir alguma coisa me fazia mal. Não saber que você sempre esteve aí me fazia mal.
Por dias eu achei que estivesse sozinha, mas eu estava apenas esperando a primeira flor desabrochar pra eu ter certeza do que estava fazendo.
Se eu faria tudo de novo só pra sentir isso de novo por você? Não. Cada vez é única.
Se eu arrancaria a primeira flor da primavera do chão só pra tê-la comigo sempre? Não. Ela é única.

Você é único. Minha única exceção.

Morrendo

Dentro de mim alguma coisa estava morrendo.
Meu coração, duro como uma pedra, incapaz de sentir qualquer coisa, e eu podia jurar aos quatro ventos que eu nunca mais chegaria a sentir algo como sentia por ele.
E então, de um lugar que eu não sei onde, sua voz surgiu, de lugar nenhum. "Bonito nome", você me disse, e foi o que bastou. Eu sentia meu coração bater mais forte, por um desconhecido, que se tornou tão conhecido dos meus sonhos e pensamentos.
Eu não preciso mais fingir, as quatro estações do ano estão aqui agora.
Something in me was dying, and my heart was heavy as a stone. Keane.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Rasuras

Faça uma história, comece com um lindo "Era uma vez...". Você pode começar de mil maneiras, e escrever em mil línguas, mas nem tudo é como você quer, garota, nem tudo é como você quer.
E então você quer esquecer, e rasura. Você quer mudar, e rasura. E falta alguma coisa.
Mas você não pode fazer mil rasuras na mesma página, garota, não pode. E eu não posso te dizer o que falta, não posso, você tem que descobrir sozinha. Você tem que abrir seu próprio livro pra saber quais páginas estão em branco. Você tem que folhear a sua mente pra saber o que ainda falta escrever, o que ainda falta fazer.
Você tem muitas páginas, garota, e muita tinta na pena.

Não dá pra ficar rasurando, garota, depois fica forte demais pra apagar. Forte demais pra sair fácil como você quer.
Rasgue a folha, garota, arranque do seu livro. E faça algo bonito, faça um origami.

Agora pare de falar com o espelho.

terça-feira, 9 de março de 2010

Março

Quente, transitório para um outono laranja caracteristico e início de inverno.
Um mês que muitas coisas fazem aniversário, umas importantes pra mim, e outras importantes para outros alguéns, mas igualmente importantes. E é tão estranho que eu me sinta assim, tão apática e tão distante, sendo que faz um ano que eu o conheci, e dois que não o vejo. Como pode ser tão certo e tão errado o fato de que duas pessoas têm em comum apenas o mesmo sentimento e o mesmo mês de aniversário.
Estranho seria eu não me lembrar. Estranho seria esquecer. Mas como pode, então, ser tão certo?

Eu não sinto o vento que insiste em me matar de frio pouco a pouco, e assisto de camarote à distância que matou aquele "nós" que não existia.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Álbum de Fotografias

Caiu no esquecimento.
E agora, quando eu lembrar de você vai ser com aquela felicidade de um bom tempo vivido. Das horas que você pegou no meu rosto e disse coisas idiotas, das horas que conversamos no frio encostados na parede, me fazendo pensar que eu não queria estar com ninguém e nem com outra pessoa naquele momento. E que éramos só eu e você. E agora, quando eu lembrar de você vai ser com aquela vontade de abraçar e chamar de amigo. E agora, quando eu lembrar de você vai ser com saudade daquele sorriso.
E se você pensa que eu vou jogar aquela borracha fora, que eu vou deletar nossas fotos ou apagar aquilo que você escreveu no meu livro do Eclipse, está muito enganado. As coisas vão continuar lá do jeito que estavam, intocadas. Assim como a sua parte no meu coração, que ainda é sua.
O Céu ainda está sem estrelas, ainda está sem lua, e ainda está frio. Mas eu não ligo. Está mais frio aqui dentro.
Você caiu no meu álbum de fotografias.
I can honestly say you've been on my mind since I woke up today, up today. I look at your photograph all the time... - Goodbye; Miley Cyrus.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Ser

vi 9. ter existência real, existir; sm 10. aquilo que é ou existe; 11. todo ente vivo e animado; 12. existência, realidade; 13. a natureza íntima de uma pessoa. - Dicionário Soares Amora.

É existir.
É viver.
É sentir o vento no cabelo, as borboletas, as flores, o céu, o Sol. É sentir as cordas do violão produzindo o mais lindo som. É encostar na face de quem você mais gosta, é um abraço de amigo, um aperto de mão com o inimigo, é o deitar e dormir.
É o mais íntimo dos íntimos, é o que te escolhe, te conhece, te ampara e te consola. É o que vibra, o que ri, o que reclama e o que chora. É o que machuca e o que mata, mas também é o que beija e conserta.
É o andar, o ouvir, o cantar. É o apagar das luzes da cidade. É o barulho dos bares.
É a noite, o dia. É o Sol dando lugar para o brilho da Lua. É o calor, é a sombra, é a chuva, é o nevoeiro. É dos campos a grama, do deserto a areia e das cidades, letreiro.
É do mar o azul, do céu o mar e do meu ser, você.
Just take me away from all that I am. - All That I Am; Parachute.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Pares

E então chega a hora do crepúsculo.
A hora do dia em que o Sol se põe devagar, e mais devagar ainda, dá espaço pra Lua ter sua vez de brilhar. A hora do dia em que o céu fica escuro e salpicado de estrelas, de vários brilhos e tamanhos.
Por muitas vezes me pego contando as estrelas que há no céu, juntando suas constelações e formando novas, as minhas constelações.
Um tanto mágico é saber juntas as estrelas em pares, grupos, e dar um nome.

Mas é, até as estrelas têm seus pares...

Oz

O vento na minha cara me dá a certeza de que estou viva, e o asfalto passando rápido me deixa tonta. Os pensamentos tomam conta da minha cabeça e não é difícil perceber onde isso vai dar, não é difícil saber em quem eu vou pensar, e quanto tempo a noite vou ter que me afugentar de tudo pra conseguir dormir.
Mais cinco minutinhos só. Mais cinco minutos de idealizações, sonhos e frases formadas por uma cabeça confusa, frases que nunca vão ser ditas.
Difícil é saber quanto tempo ainda falta. Difícil é saber quanto tempo ainda me resta.

O asfalto passa rápido e me deixa tonta. Rápido vai e leva com ele meus pedaços. Mas o que sou eu? Mágico de Oz? Pode levar meu coração.
Tô aproveitando cada segundo antes que isso aqui vire uma tragédia. - Pitty; Na Sua Estante.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Imutável

A minha mente sempre funcionou na direção certa. Sempre fiz as coisas certas quando e como deveria fazer, e tinha sempre a mente ocupada com alguma coisa científica, ou algo que eu tinha que decorar para um teste.
E então você apareceu.
Como uma chuva de estrelas cadentes, que na escuridão do meu céu, se tornou a única coisa que eu conseguia ver. E por mais que eu desviasse meus olhos, por mais que eu os fechasse, eram os seus que eu via.
E aí você foi tirado de mim. Por uma série de circunstâncias infelizes, não estamos mais sob o olhar um do outro, mas estamos sobre o mesmo céu. E ainda que eu não possa vê-lo, seus olhos ainda são o que eu vejo, como as primeiras estrelas cadentes que apareceram.
Aquelas paredes verdes que abrigaram tantas brincadeiras - e nem tudo brincadeira - estão de outra cor agora. O portão principal agora está desbotado. E os corredores onde eu devaneio já não são mais os mesmos. Cortei meu cabelo, e nem aquelas aulas são no mesmo lugar. Mudou muita coisa. Mas algo que nunca vai mudar é como seu nome está gravado a ferro no meu coração e na minha mente.
Pode mudar o mundo a minha volta, o verde pode se tornar azul e então rosa, não importa. Meu novo eu irreconhecível ainda vê tudo distorcido, e procura seus olhos em cada pessoa que passa, cada esquina que eu dobro, cada figura nos cadernos, cada personagem nos livros.

E o pior de tudo não é o fato disso não mudar nunca.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Dezessete

O dezessete é tradicionalmente considerado um número aziago, pois um anagrama de seu número romano XVII é VIXI, que em latim significa "eu vivi", ou seja "estou morto". - Wikipedia

Esse sendo um dia especial como tantos outros, eu não poderia deixar de dizer o que eu tenho que dizer, o que eu sinto sobre. Mesmo que não seja relevante, e que não seja nada.
Ao completar mais um ano nessa vida que, querendo ou não, eu escolhi, muitas vezes olho para trás e me vejo repetindo muitos erros do passado, me vejo confiando nas pessoas que eu não deveria, e sentindo falta de pessoas demais, quando sinto que elas não foram embora, eu que as perdi. Mas, em contrapartida, vejo também a quantidade de amigos verdadeiros que me restaram, e que eu prezo mais que tudo nessa vida.

É numa festa improvisada, num corredor, com uma vela/isqueiro, um bolo de chocolate delicioso e o gostoso cheiro de livro novo com dedicatória que a gente vê que fazer 17 é mais que especial. E que quando se está com os amigos, é 17 vezes melhor.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Mudanças

Já se tornou tão pateticamente óbvio o que vai sair daqui.
Tanto que nem dá vontade de escrever, e eu falo sério. Eu pareço uma poeta romântica, daquelas que mora no último andar/porão de uma casa antiga com uma cama, um armário e uma escrivaninha pequena com uma lamparina. Isso me revolta, será que eu sou tão previsível assim?
Acho que chegou aquela séria hora de mudar tudo?
Parece que algo mais vai mudar por aqui além da minha sala e dos meus pensamentos com relação à escola.

Erase&Rewind.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Olhos Cansados

É isso aí.
Meus olhos estão cansados de tentar fixar em um ponto e de tentar achar respostas. Meus olhos estão cansados de tentar ver sempre o bom de tudo, de tentar sempre ver com o coração, com a emoção e de uma forma que seja justa e correta.
Meus olhos estão cansados dela, estão cansados de você, estão cansados de olhar a vida como ela é, deplorável e injusta, esquisita e fria. Meus olhos estão cansados de ver filmes, de ouvir músicas, de continuar acordada tentando.
Meu olhos estão cansados.
Então eu vou fechá-los, e ver você.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Saudade

Não é a toa que é tão difícil de traduzir, tanto em línguas como em palavras.
Não é a toa que não se sente quando ela chega, mas que dói demais quando ela insiste em ficar por horas e horas. Mas, confesso que estou aproveitando, já que ultimamente a saudade tem sido minha única companhia em minhas horas de mente e coração vazios.
É nessas horas que a felicidade que eu tanto cultivei durante dias escape por meus olhos e se recuse a continuar mantida aqui, intacta como estava. É nessas horas que eu percebo o quão idiota eu fui achando que podia simplesmente aceitar e esquecer. Como se algum arco-íris maravilhoso pudesse me mostrar um caminho do qual nós dois desistimos de bom grado, sem sequer imaginar o que poderia ter acontecido.
É por isso que saudade é tão intraduzível, tão inimaginável, tão dolorosa.
Mas eu prefiro viver de mãos dadas com a saudade do que perceber que tudo que eu senti foi mais uma ilusão.
I miss everything about you. Can't believe that I still want you. - I Never Told You; Colbie Caillat

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Resposta

Tarde, ou não, eu achei a resposta pra todas as minhas perguntas.
Só precisou de uma noite de muito vento, chuva, comemorações e fogos cortando o céu da praia. E aquele mar agitado. Mar... Agora vejo que minha ligação com o mar é maior do que nunca, "começou ao mar, e ao mar terminará".
É claro que estou triste, mas nunca soube mais como enfrentar a tristeza com um sorriso no rosto, e saber que por dentro, apesar de tudo ainda me sinto a pessoa de mais sorte nesse mundo. E é incrível, já não sinto mais falta daqueles que me deixaram. Sinto falta dos amigos que eu deixei aqui, e dos que ainda não conheci.
E sim, tudo vai melhorar.
Bem mais que o tempo que nós perdemos, ficou pra trás também o que nos juntou. Ainda lembro o que eu estava lendo, só pra saber o que você achou dos versos que eu fiz, e ainda espero resposta. - Resposta; Skank.