quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Imutável

A minha mente sempre funcionou na direção certa. Sempre fiz as coisas certas quando e como deveria fazer, e tinha sempre a mente ocupada com alguma coisa científica, ou algo que eu tinha que decorar para um teste.
E então você apareceu.
Como uma chuva de estrelas cadentes, que na escuridão do meu céu, se tornou a única coisa que eu conseguia ver. E por mais que eu desviasse meus olhos, por mais que eu os fechasse, eram os seus que eu via.
E aí você foi tirado de mim. Por uma série de circunstâncias infelizes, não estamos mais sob o olhar um do outro, mas estamos sobre o mesmo céu. E ainda que eu não possa vê-lo, seus olhos ainda são o que eu vejo, como as primeiras estrelas cadentes que apareceram.
Aquelas paredes verdes que abrigaram tantas brincadeiras - e nem tudo brincadeira - estão de outra cor agora. O portão principal agora está desbotado. E os corredores onde eu devaneio já não são mais os mesmos. Cortei meu cabelo, e nem aquelas aulas são no mesmo lugar. Mudou muita coisa. Mas algo que nunca vai mudar é como seu nome está gravado a ferro no meu coração e na minha mente.
Pode mudar o mundo a minha volta, o verde pode se tornar azul e então rosa, não importa. Meu novo eu irreconhecível ainda vê tudo distorcido, e procura seus olhos em cada pessoa que passa, cada esquina que eu dobro, cada figura nos cadernos, cada personagem nos livros.

E o pior de tudo não é o fato disso não mudar nunca.

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