terça-feira, 13 de outubro de 2009

Romeu

Ela chegou ao saguão do teatro. Estava chovendo, e ela estava sozinha, mas não se importava, ainda não era algo relevante; e nunca foi, sempre muito a vontade com a solidão, obrigada.
Olhou a sua volta, procurando por algum rosto conhecido, mas não havia. Não é que não houvess pessoas, porque havia. Ela só não conseguia enxergar seus rostos, nem o que ela achou que fosse capaz de reconhecer. O máximo que podia fazer era ler, e com isso, as horas passaram depressa.
E então, vieram os olhos. Castanhos, com seus segredos bem escondidos, que não sustentavam o olhar dela por mais do que alguns segundos. Decepção.
Mas apesar disso, apesar de tudo, lá estava Romeu, ao final da aula, esperando-a. Pulsar.
E eles caminharam juntos pelo crepúsculo cinza daquela tarde, apenas para não falar nada, apenas pelo benefício da dúvida. Frio.

Eles brigam. Páris cai.

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