sexta-feira, 1 de maio de 2009

Anjo

Queria deleitar-me com tua beleza e encher de beijos tua face. Queria recitar-te belos poemas e encantar-me com tuas reações divinas e bem ensaiadas. Queria poder dizer-te tudo que sinto - e o que não sinto, que ficasse escondido todo esse tempo, esperando para sê-lo.
Mas ó, porque mentiste? E, por Deus!, porque acreditei em ti? Se tudo que me deste foi apenas promessas que se esvairam com o tempo, e palavras que viraram cinzas a teu simples toque. Encho agora meu peito para dizer-te o quanto te amei, e que não deveria, portanto, lamentar-me a tua ida, mas sim para gritar-te que ainda estou aqui, e estou viva.
Saibas, então, que tenho razão afinal de contas, e se agora você é amigo esquecido e amor abandonado, dê-me a tua outra face mais uma vez, para que me proves o quão certo julgas estar. Achei-me em meus temores, frios e motivos, um homem precisa perder-se para achar-se.
Queria somente que soubesses, ó anjo, que quando caíres do céu para outra pessoa, que não para mim, estejas pronto para outro destes textos, e outros tantos, até o dia que decidires cortar as asas e pousar em apenas um lugar. E se tua vida o trouxeres, depois de todos estes anos, de volta a minha porta da frente, saiba que eu o receberei com o encanto de uma rainha e os modos de doce esposa.
Enquanto isso, anjo, voa.

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