sexta-feira, 22 de maio de 2009

Segundo sol;

O céu das sete se revelava negro como breu, e o vento atingia suas costas enquanto ela lia, distraída, de costas para a janela. Ela não queria olhar para o céu. E nem podia.
Anseava pela casa vazia, quando ela poderia desabafar consigo mesma, chorar e cantar sem que ninguém implicasse com ela por isso. Mas a casa nunca estava vazia quando ela realmente precisava que estivesse, e isso era deprimente. Parecia então que as coisas nunca aconteciam do jeito que ela queria. Egoísta.
Foi então que aconteceu.
Mais que de repente, o clarão inundou todo o quarto, e ela se viu imesa numa paz que nem ela mesma sabia explicar. Logo ela, que sempre esteve a frente de seu tempo, que sempre fora tão inteligente e cheia até a boca de milhões de teorias que só estavam esperando um momento para borbulhar fervorosamente para fora.
O quê ela viu? O quê ela sentiu?
É segredo.

"Eu só queria te contar que eu fui lá fora e vi dois sóis e a vida que ardia sem explicação..."

Nenhum comentário:

Postar um comentário